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Quem sou eu
- Vicioli
- Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Onde leciona: ETEC JACINTO FERREIRA DE SÁ EE Horácio Soares /Ourinhos Formação Academica Pós-graduada em Gestão Escolar Licenciada em Pedagogia
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Alunos Destaque 1º Bimestre 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
ROMANTISMO
Durante o século XIX, Portugal participou de grandes transformações políticas européias.
Nesse período as primeiras manifestações pré-românticas aconteceram, mas o Romantismo só teve início no final dos anos 20.
* Primeira geração romântica portuguesa
- Sobrevivência de características neoclássicas.
- Nacionalismo
- Historicismo, medievalismo
Principais autores:
- Almeida Garrett
Obras:
Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); Folhas caídas (1853).
Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50).
Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844); D. Filipa de Vilhena (1846).
- Alexandre Herculano
Obras:
Poesia: A harpa do crente (1838).
Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo 1878 publ. póst.)
- Antônio Feliciano de Castilho
* Segunda geração romântica portuguesa
- Mal do século
- Excessos do subjetivismo e do emocionalismo românticos.
- Irracionalismo
- Escapismo, fantasia
- Pessimismo
Principais autores:
- Camilo Castelo Branco
Obras: Carlota Ângela (1858); Amor de perdição (1862); Coração, cabeça e estômago (1862); Amor de salvação (1864); A queda dum anjo (1866); A doida do Candal (1867); Novelas do Minho (1875-77); Eusébio Macário (1879); A corja (1880); A brasileira de Prazins (1882).
- Soares Passos
* Terceira geração romântica portuguesa
- Diluição das características românticas.
- Pré-realismo
Principais autores:
- João de Deus
- Júlio Diniz.
Obras:
Romance: As pupilas do senhor reitor (1867); Uma família inglesa (1868); A morgadinha dos canaviais (1868); Os fidalgos da casa mourisca (1871).
Conto: Serões da província (1870).
Poesia: Poesias (1873)
Teatro: Teatro inédito
Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco
Análise
a) Ação.
Domingos Botelho abandona Vila Real e vai fixar residência em Viseu, para onde fora nomeado correge-dor. Leva consigo mulher e filhos. Dois deles, Manuel e Simão, estudam em Coimbra.
Num palacete, separado de sua casa apenas por estreita viela, vive Tadeu de Albuquerque com sua filha Teresa, encantadora menina de 15 anos. O corregedor e o fidalgo, por questões de tribunal, odeiam-se ferozmente e proíbem os respectivos filhos de falarem uns com os outros.
Simão, filho mais novo do corregedor, é um estudante boémio e de ideias progressistas. Depois de uma reclusão de meses no cárcere académico, em Coimbra, vem passar o resto do ano lectivo na casa paterna. Vê Teresa e apaixona-se por ela. Sabendo que os pais de ambos se opõem ao casamento, resolve mudar de vida, estudar e formar-se para ter dinheiro e poder constituir um lar, sem depender dos progenitores.
Tadeu de Albuquerque, a par dos amores da filha, deseja a todo o transe consorciá-la com o primo de Castro d'Aire, Baltasar Coutinho. Teresa resiste tenazmente e coloca Simão ao correr de tudo. Este abandonou Coimbra e, para se encontrar com ela livre de suspeitas, hospeda-se na casa do ferrador João da Cruz.
De acordo com Teresa, Simão abeira-se, duas noites, do palacete onde ela mora, para lhe falar.
Baltasar descobre estas visitas nocturnas e faz uma espera a Simão. Simão, que se fazia acompanhar de João da Cruz e do almocreve, é ferido por dois criados do fidalgo de Castro d'Aire, que pagam com a vida o atrevimento.
O estudante convalesce em casa do João da Cruz, assistido por Mariana, filha do ferrador, que se apaixona por ele, sabendo-o muito embora perdido de amores pela outra.
Teresa, entretanto é encerrada num convento da cidade. Corresponde-se com Simão e diz-lhe que a vão afastar dali, internando-a no convento de Monchique, no Porto, e que fará a viagem acompanhada do primo Baltasar e irmãs. Simão fica desesperado com esta particularidade. Na hora da partida, aproxima-se do grupo. Trava-se de razões com Baltasar e mata-o com um tiro.
Teresa, abaladíssima por tudo o que acabara de acontecer, seguiu para Monchique. Simão foi encarcerado e Mariana, aflita, não o desampara; é o seu anjo bom no cárcere. Não obstante, Simão só vê no mundo uma mulher — Teresa. E Teresa, a definhar no convento, não pensa em outra coisa que não seja o amor de Simão.
E quase três anos se passaram com os dois amorosos detrás das grades: a filha de Tadeu de Albu-querque, por nada a prender ao mundo, e o filho do corregedor, aguardando sentença definitiva.
Simão é finalmente degredado para a índia e Mariana, já sem pai, não quer separar-se dele. Entram ambos no navio em frente de Miragaia. Num mirante do convento, está um vulto a acenar. É Teresa que se despede. Simão não retira os olhos dela. Mas, de repente, o vulto dela some-se.
O comandante do navio, que veio mais tarde a terra, comunicou a morte da filha de Tadeu de Albu-querque àquele que tanto a amava. Simão não parou de chorar e não resistiu a tamanha dor. Dias depois, perto de Gibraltar, lançaram-no ao mar, envolto num sudário. Mariana, como uma estátua de sofrimento, está junto da amurada. Ao mesmo tempo que o cadáver de Simão mergulha nas águas, abraçada nele vai também para o fundo uma mulher, que se atirara do navio. Ë Mariana. Um avental ficou a boiar e junto dele um maço de papéis: eram as cartas de Teresa e Simão.
A acção que acabamos de resumir tem como antecedentes o ódio que o romance denuncia, e o amor: o ódio entre as famílias Botelho e Albuquerque e o amor entre Simão e Teresa. O seu desenvolvimento resumiu-o Camilo nesta frase da Introdução, alusiva ao -protagonista principal: «amou, perdeu-se e morreu amando». Simão amou Teresa com loucura; assassinou Baltasar Coutinho, que se intrometera entre os dois apaixonados; morreu de amor a caminho do degredo.
Nesta fábula vislumbram-se todas as características clássicas da tragédia: poucas personagens a agir, acção interior intensa expressa sobretudo nas cartas trocadas entre os dois amorosos, uma certa fatalidade a predispor para a desgraça a Simão (que até fora baptizado em perigo de vida), um desafio dos filhos aos pais desavindos (hibris), o sofrimento dos protagonistas a crescer gradualmente (clímax), o autor com seus comentários a fazer de coro.
Ao lado da acção principal descobrem-se duas curtas acções marginais: o bosquejo histórico da família Botelho (cap. 1.°) e os amores adúlteros de Manuel e da açoreana (cap. 16).
b) Personagens.
As personagens de Amor de Perdição não diferem muito das criadas por Camilo noutros romances. Caracteriza-as o amor e a violência. A violência justificam-na com a defesa daquilo que supõem ser a honra ferida.
No triângulo amoroso Simão-Teresa-Mariana, os dois primeiros comparsas são de tipo vulgar, convencional. Teresa é o tipo normal de menina romântica da época, sensível, amorosa, frágil. Não tem outras possibilidades na vida senão escolher entre amar e morrer, pois não sabe fazer mais nada. Simão é já uma personagem mais prosaica e, por isso, bastante mais humana. Loucamente apaixonado a princípio, o tempo que passou na cadeia arrefeceu-lhe o entusiasmo amoroso. Quando lhe deram a escolher entre dez anos de prisão em Vila Real, onde poderia ser visitado por Teresa, e o degredo ao ar livre na índia, embora sem oportunidades de a ver, não hesitou: preferiu o ar livre longínquo à reclusão junto da amada (cfr. caps. 18 e 19).
Mariana é uma personagem diferente, rara. Determina-se no decorrer da obra para direcções talvez não previstas pelo autor, dedicando-se a um homem que sabia muito bem estar louco por outra, num amor-vassalagem aparentemente assexuado. Espécie de confidente e moderadora de impulsos passionais da fábula trágica que em Amor de Perdição se vislumbra, dá-se ares de mulher-forte. Dona de casa muito cedo, Mariana começou por ser para Simão uma espécie de mãe, deslizando logo para a situação de companheira amorosa, esperando contra toda a esperança unir-se ao infeliz moço que um dia lhe apareceu ferido em casa (cfr. cap. 18).
Albuquerque e Botelho são caracteres comuns da pequena fidalguia provinciana, dominados pela raiva e desejo de vingança. João da Cruz é um tipo bem urdido, espécie de bandido bom, disposto a tudo em prol dos amigos, mas sem escrúpulos nem remorsos perante o crime útil.
c) O espaço e o tempo.
Na parte introdutória da acção, o espaço dispersa-se por Vila Real, Lisboa, Cascais, Vila Real outra vez, Lamego, Coimbra e Viseu. Depois começa a reduzir-se aos arredores de uma cidade provinciana (Viseu), para ir ficando cada vez mais coarctado: celas do convento e da prisão, beliche de um barco.
Com o tempo sucede quase o mesmo. Sempre cronológico e contínuo, é a princípio vertiginoso, abarcando quatro décadas em poucas páginas, para se ir retardando depois cada vez mais na intriga propriamente dita, que abrange três anos. O ritmo narrativo rápido do capítulo primeiro passa logo a lento até quase atingir a intemporalidade no fim da obra, projectando-se no pensamento dos amorosos para além da morte.
d) Ponto de vista do narrador.
O subtítulo da obra — Memórias de uma Família — parece sugerir-nos que Camilo pretendia, talvez em novelas sucessivas, fazer toda a história dos Botelhos. A intriga assenta em factos reais: Simão Botelho existiu na realidade e foi preso (mas por ter ferido um criado de José Cardoso Cerqueira); foi julgado e o pai intercedeu por ele e foi condenado a degredo para a índia (mas não morreu na viagem — chegou lá em 7-11-1807); teve um irmão chamado Manuel que desertou e foi encoberto pelo pai. Todavia como se vê, os factos reais foram totalmente adulterados na novela. Algumas personagens são pura invenção.
O autor narra na terceira pessoa e, uma vezes, é omnisciente come se estivesse dentro das personagens e no meio dos acontecimentos; outras vezes, porém, confessa ter tido notícia do que conta através de cartas que transcreve (mais de uma dúzia) e até através de apontamentos ras¬cunhados por Simão.
As descrições são poucas e sumárias (convento de Viseu, ambiente que cerca Simão na altura do assassinato de Baltasar, o panorama do Porto visto da janela da prisão). Só em traços muito vagos é que sugere o retrato das personagens. Predominam o diálogo e a narração.
As peripécias são expostas com muita rapidez e economia de vocabulário, que está reduzido ao mínimo essencial da comunicação, com predomínio de substantivos e verbos. A linguagem é retórica quer nos diálogos amorosos quer nos comentários do autor; no resto, como habitualmente no estilo camiliano, ora se reveste de eruditismo literário ora baixa ao nível popular, segundo as personagens que a usam. Alterna em toda a novela a prosa narrativa com a prosa poética, esta em evidência sobretudo nas cartas de amor.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Noções de versificação
Ins | pi | ra | do^a | pen | sar | em | teu | per | fil | di | vi | (no)
Os gêneros literários
Os textos em verso são os poemas, aqueles que são formados por versos; os textos em prosa são aqueles construídos em linha reta, organizados em frases, parágrafos, capítulos, partes etc.
• Tempo: é um determinado momento em que as personagens vivenciam as suas experiências e ações. Pode ser cronológico (um dia, um mês, dois anos) ou psicológico (memória de quem narra, flash-back feito pelo narrador).
• Espaço: lugar onde as ações acontecem e se desenvolvem.
• Enredo: é a trama, o que está envolvido na trama que precisa ser resolvido, e a sua resolução, ou seja, todo enredo tem início, desenvolvimento, clímax e desfecho.
O gênero lírico é o texto onde há a manifestação de um eu lírico, esse expressa suas emoções, idéias, mundo interior ante o mundo exterior. São textos subjetivos, normalmente os pronomes e verbos estão em 1ª pessoa e a musicalidade das palavras é explorada.
Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os pulsos e os punhos cortados
E o resto do meu corpo inteiro.
(Titãs)
Gênero épico
Nos textos que pertencem ao gênero épico há a presença de um narrador que conta uma história que envolve terceiros.
Os textos épicos narram a história de um povo ou de uma nação, geralmente são textos longos envolvendo viagens, guerras, aventuras, gestos heróicos e há exaltação de heróis e seus feitos.
Gênero dramático
O gênero dramático expõe o conflito dos homens e seu mundo, as manifestações da miséria humana. Os textos que são produzidos com o intuito de serem dramatizados pertencem ao gênero dramático, assim, os atores fazem o papel das personagens.
Os níveis de leitura
O texto literário e não-literário
As funções da linguagem ajudam a diferenciar um texto literário de um texto não-literário.
Para considerar se um texto é ou não literário, é preciso analisar sua função predominante, isto é, qual é seu objetivo principal.
Se for informar de modo objetivo, de acordo com os conhecimentos que se tem da realidade exterior, ou se tiver um compromisso com a verdade científica, o texto não é literário, mesmo que, ao elaborar a linguagem, seu autor tenha feito uso de figuras de estilo, utilizado recursos estilísticos de expressão. A função referencial predomina no texto não-literário.
Já o texto literário não tem essa função nem esse compromisso com a realidade exterior: é expressão da realidade interior e subjetiva de seu autor. São textos escritos para emocionar, que utilizam a linguagem poética. Função emotiva e poética predominam no texto literário.
Exemplos de textos literários são: poemas, romances literários, contos, novelas.